Esperança
Lá bem no alto do décimo segundo andar do Ano
Vive uma louca chamada Esperança
E ela pensa que quando todas as sirenas
Todas as buzinas
Todos os reco-recos tocarem
Atira-se
E— ó delicioso vôo!
Ela será encontrada miraculosamente incólume na calçada,
Outra vez criança...
E em torno dela indagará o povo:
— Como é teu nome, meninazinha de olhos verdes?
E ela lhes dirá
(É preciso dizer-lhes tudo de novo!)
Ela lhes dirá bem devagarinho, para que não esqueçam:
— O meu nome é ES-PE-RAN-ÇA...
Ideais
Os poetas jogam os poemas
por sobre as águas do mar.
Na praia do Mar do Tempo
que versos irão chegar?
Características
Produção contínua e absoluta falta de autocrítica, eis aí a caracterização dos gênios; mas, em compensação, o que sempre caracteriza os cretinos é a absoluta falta de autocrítica e a produção contínua.
+++ Etecetera
Releituras de Mário Quintana
Jornal da Poesia
sexta-feira, novembro 30, 2007
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